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O que esperar do mercado imobiliário em 2024?

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O mercado imobiliário deu passos significativos em 2023, enfrentando desafios e oportunidades únicas moldadas pelas oscilações econômicas e mudanças estruturais. Sob o impacto da alta da Selic e os fluxos de créditos para financiamento, o setor testemunhou um redimensionamento peculiar após o fervor do boom imobiliário durante a pandemia.

Mas o que esperar de 2024?

Com a queda da taxa básica de juros e o ressurgimento vigoroso do programa Minha Casa Minha Vida, o mercado imobiliário vislumbra uma fase de otimismo e oportunidades. Excetuados os anos atípicos de 2021 e 2022, o ano de 2023 despontou como um dos períodos mais robustos em duas décadas, revelando números promissores no acumulado de unidades financiadas.

Não obstante, as negociações seguem aquecidas, com valores expressivos no mercado, especialmente no Rio de Janeiro, onde o Leblon permanece como um dos bairros mais valorizados não apenas no Brasil, mas em toda a América Latina.

À medida que os juros continuam a declinar, paira a expectativa de que 2024 se estabeleça como o “ano dos imóveis”, uma perspectiva que instiga um olhar atento para as tendências e projeções que nortearão o setor imobiliário.

Quer entender as expectativas e previsões para o mercado imobiliário em 2024? Confira neste artigo!

Mercado Imobiliário: como avaliamos o ano de 2023?

O ano de 2023 foi significativo para o mercado imobiliário brasileiro, evidenciando um crescimento robusto e uma dinâmica promissora em diversos aspectos. De acordo com o indicador Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias/Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Abrainc-Fipe), os sete primeiros meses do ano testemunharam um incremento de 14,4% nas vendas de imóveis em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Esse crescimento, que totalizou R$ 22,6 bilhões em transações, foi liderado pelo segmento de habitações populares, registrando uma alta de 18,3%. O segmento de Médio e Alto Padrão também exibiu um desempenho sólido, com um aumento de 15,1% e R$ 10,7 bilhões em transações.

Vários fatores explicam o cenário favorável:

  • a retomada do programa Minha Casa Minha Vida, que oferece subsídios do governo federal para a aquisição de imóveis populares;
  • o aumento da renda da população, que proporcionou a oportunidade para um maior contingente de pessoas realizarem investimentos no mercado imobiliário;
  • a redução da taxa básica de juros, essencial para viabilizar o financiamento imobiliário;
  • e a conjuntura econômica, marcada pela busca de ativos que protejam o patrimônio ante a alta da inflação e a incerteza econômica.

Paralelamente, o mercado de locação continuou a mostrar um desempenho seguro, refletindo a alta procura por unidades residenciais para aluguel.

O que esperar do setor em 2024?

As previsões para o mercado imobiliário em 2024 são marcadas por um conjunto de variáveis que podem influenciar significativamente o setor.

Após um período em que os preços dos imóveis mantiveram uma trajetória ascendente em 2023, mesmo que esse crescimento tenha se desacelerado em relação ao ano anterior, especialistas e analistas apontam para a pouca probabilidade de reversão dessa tendência.

Apesar da redução de lançamentos pelas incorporadoras e os custos de construção ainda elevados, as expectativas são positivas, sobretudo pela diminuição dos valores nas parcelas de financiamentos, graças aos juros mais baixos.

Walter Franco, professor de economia do Ibmec-SP, vislumbra um 2024 promissor para o mercado imobiliário, mesmo sem uma projeção de recuo nos preços dos imóveis. Segundo o especialista, a perspectiva de diluição das prestações, associada a juros menores, pode tornar a aquisição de imóveis mais viável para os consumidores, mesmo que os valores anunciados não sofram uma diminuição expressiva.

Esse cenário também é respaldado pela trajetória das grandes incorporadoras, como a Gafisa (GFSA3), Cyrela (CYRE3) e Moura Dubeux (MDNE3), que observaram um crescimento significativo em suas vendas, indicando a boa demanda no mercado imobiliário.

Os elementos-chave a serem monitorados para compreender as projeções de 2024 residem na influência da Selic, taxa básica de juros que afeta diretamente empréstimos, financiamentos e rentabilidade de aplicações financeiras, bem como no crédito imobiliário, cujo volume de concessões se mantém em um patamar positivo.

O aumento significativo do orçamento destinado à moradia também sinaliza um incentivo para o setor. Enquanto isso, a expectativa é de um crescimento contínuo no mercado de imóveis de alto padrão, ampliando ainda mais seu catálogo para o próximo ano.

A movimentação econômica gerada pelos imóveis populares tem um efeito catalisador sobre o mercado imobiliário como um todo, influenciando positivamente as condições para investidores nos segmentos de médio e alto padrão.